Boa
noite!
Esta postagem será
sobre o livro do Pe. Fábio de Melo, Tempo de Esperas.
Não é sobre castidade
(sim, já me perguntaram isso quando eu falei o nome do livro!) e não é um livro
totalmente religioso. Fala sim de Deus, mais pro final do livro.
Tratam-se de cartas
entre um professor e um aluno de Filosofia, o assunto principal é o amor.
Seguem alguns trechos
que gostei muito.
"O amor tem o dom de fundir as identidades,
tornando-as uma só, mas sem que as particularidades se percam na fusão. Cada um
é um a sós, mas juntas se transformam em uma pessoa que chamamos de nós."
"Não sei aonde
ir, não tenho aonde chegar. A dor tem o poder de neutralizar iniciativas. Estou
apático, incapacitado de procurar sonhos que possam me fazer recomeçar.
Gostaria de descobrir um jeito de chegar, mas sem ter que ir."
(Me lembrou Novos
Horizontes, Engenheiros do Hawaii)
"O tempo tem sido para mim uma
experiência torturante. Existe uma morosidade em tudo o que me rodeia. O meu
desejo é que uma noite profunda se debruçasse hoje, sobre minha
vida e que eu só acordasse dez anos mais tarde. O sofrimento transforma o
tempo. Eu o sinto estagnado, como se o relógio estivesse em descompasso,
trabalhando ao contrário. Estranho. A alegria apressa as horas. O sofrimento
paralisa. Você que tanto
conhece a respeito do tempo, pode a vida nos envelhecer mais que o espaço
demarcado na cronologia do calendário? Responda-me, mestre, ou cale-se para envelhecer duvidando, da mesma forma que eu duvido agora."
"Já estou certo de que você tem um filósofo desencantado abrigado no âmago de sua mente. Ele é arrogante porque tem consciência de ser limitado. A arrogância é um recurso dos ignorantes. Quanto menos sabe, maior é o desejo de agredir aquele que atenta contra o que ele não sabe, mas julga saber. Mas na mesma casa onde se
abriga o filosofo está também o poeta. E que grande poeta mora em você! Sorte a sua! A salvação do filosofo depende da sobrevivência do poeta. É ele que pode oferecer o equilíbrio de que você tanto necessita. O filosofo que há em você insiste em viver de análises infecundas. Já o poeta, este muito em breve aceitará plantar flores.
Se o poeta prevalecer, é certo que o filósofo arrogante dará lugar ao filósofo sábio, perspicaz, astuto, equilibrado."
Indico a leitura a todos!
Católicos, evangélicos, espíritas, não importa a religião.
O Fábio de Melo não é apenas padre, é também formado em Filosofia, pós graduado em Educação e mestre em Teologia Sistemática. Ele é professor universitário, escritor, cantor e compositor.